Sem drama, acabou!

15:53 Mâniga 0 Comments


É doloroso se dar conta de que a gente perdeu alguém. A velhice chega pra todo mundo, algumas pessoas aceleram o fim de suas vidas fazendo escolhas erradas. Quem mais sofre com isso é quem está em volta. É difícil não mais ver, não mais tocar, não mais ouvir, tudo isso preso à modesta habilidade humana e terrena. Quando alguém se vai, a gente ainda sente, por causa das lembranças. São doloridas, mas são boas.
Ruim mesmo é a gente perceber que perdeu alguém pra alguma coisa ou pra outro alguém, alguém que não se foi deste mundo, só da sua vida. E, por algum motivo estúpido, vocês ficam tentando se manter um na vida do outro, mesmo sabendo que as vidas de vocês já estão separadas há tempos. As lembranças não são apenas doloridas, elas começam a ser ruins, porque a gente começa a produzir momentos ruins, de desconforto uns para os outros. A gente vê muito isso em casais tentando recuperar seus dias de paixão profunda. Uma hora acaba, não é fácil admitir, mas acabou. Hora de seguir em frente. Amor, amizade, família, a gente não quer que aquilo que é legal acabe, mas acaba.
Penso que isso pode ser em detrimento das nossas escolhas. Eu fiz algumas que parecem ter me afastado de pessoas a quem eu era muito próxima. Muito mesmo. Não incluo pessoas nessas escolhas, no sentindo de preferir alguém a outro alguém. Eu posso achar o namorado da minha amiga um babaca, mas não deixei de ser amiga dela, só nos afastamos quando eu mudei de cidade (fato verídico). Mas eu tenho a impressão que as pessoas incluem pessoas nesse tipo de situação. Sabe, "eu não gosto da sua amiga antiga, agora eu sou sua amiga nova, deixe-a para lá". Eu tento lidar com isso da forma mais adulta que consigo. Ignoro provocações, deixo de seguir as pessoas nas redes sociais, assim não vejo o que estão falando, mas ainda assim, sinto a influência dessas pessoas sob aquelas que costumavam ser mais próximas a mim. E isso é triste.
Tanto quanto quando uma pessoa não sabe ser madura o suficiente para deixar tropeços do passado para trás e direciona todas as ações dela a você, baseadas naquele desentendimento.
Eu tinha poucas pessoas. Digo com orgulho que as fui conquistando com dificuldade, cativando cada uma delas e as suas amizades (incluo amizade com familiares e paixões) para um ponto em que eu achava que nada poderia nos abalar. Eu me enganei. Perdi quase todas (que não eram muitas) de uma vez. Foi questão de um ano e meio. Acho que minhas escolhas pessoais influenciaram, porque essa perda de pessoas aconteceu simultaneamente com a minha ascensão profissional. Eu sei que não sou mais a mesma pessoa, eu cresci, e agora eu prefiro outros livros, outras músicas, outros filmes. Mas será que eu mudei tanto a ponto de fazer com que as pessoas mais próximas a mim me odiassem ou me tratassem com tanta indiferença como tem acontecido?
Bom, não sei. O que sei é que meu diploma e meu currículo são quem vão garantir meu futuro e não abro mão deles. Eu preferia que essas pessoas vissem o mundo como eu vejo agora, fora daquela cúpula de depressão, porque eu já vi o mundo como elas veem e é bastante desagradável, eu garanto. Talvez meu erro tenha sido tentar mostrar a eles que o mundo não é só aquilo e eles não estavam prontos para isso ainda. Só espero que todos sejam felizes, porque tristezas à parte, eu estou bem satisfeita com a minha vida e desejo o mesmo a todos.
Não queria que o meu primeiro post aqui fosse sobre esse assunto, mas eu realmente me sinto melhor depois de escrever sobre isso e, bem, é pra isso que o blog serve, né? Além disso, tem tudo a ver com o intuito dele. A vida é uma metamorfose, nós também. As coisas mudam e a gente deve seguir em frente.

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